Em março de 2019, redigimos e editamos na Ventura Comunica um texto com a Dra. Juliana Franco, para o blog da Clínica Pediátrica Pueritia, sobre o uso inadvertido de um remédio: Prednisolona não é um xarope para tosse! era o título. O tema, sugerido por ela, era recorrente nas consultas pediátricas, e entendemos que seria bom divulgar a informação.

E, realmente, a carência pelo entendimento era grande. De dentro do site, o blog foi compartilhado mais de 70 mil vezes. No Facebook, o texto alcançou 40 mil de taxa de engajamento e mais de 8 mil compartilhamentos. E então as coisas começaram a acontecer.

Encontramos o texto em todo o tipo de site e página de rede social, na grande maioria das vezes sem a assinatura da Dra. Juliana, ou sem menção à clínica. De repente, dezenas (talvez centenas) de pessoas eram donas de um texto que nós vimos nascer e lapidamos com ela. O nosso trabalho em conjunto havia virado domínio público.

É bom compartilhar informação boa e verdadeira? Com certeza. Mas podemos tomar posse do conteúdo como se fosse nosso? Não mesmo.

 

É crime

A cópia de conteúdo é caracterizada como plágio:

“O ato de plagiar envolve a apropriação de uma informação ou algo que não é seu, mas sim do autor original.”

(Fonte: Maven, empresa de tecnologia)

A melhor forma de evitar é você publicar sobre o que conhece; ao dominar o tema, suas impressões serão empregadas no texto naturalmente, e você não precisará se apoiar no trabalho de ninguém para ter sua mensagem compartilhada.

E diz o mesmo site:

“O crime de plágio é previsto em lei e conta com penalidades para aqueles que copiam conteúdos sem mencionar devidamente o autor original. As punições variam de 3 meses a 4 anos, dependendo de cada caso, sendo que há ainda a aplicação de multas e sanções administrativas.”

Ou seja, citar o texto de alguém lhe dando a devida referência, e até o hiperlink do texto original como feito aqui, é positivo: você distribui informação em que confia e ainda ajuda a divulgar o bom trabalho do autor.

Use leituras como referências, como ferramentas para construir o seu repertório. Você pode, inclusive, não concordar com algo publicado, citar essa publicação com crédito e mostrar seu ponto de vista. A discussão só se enriquece com isso.

 

Fotos e vídeos: posso pegar do Google?

Ouvimos muito essa pergunta.

Do Google, você pode usar a foto se fizer a seguinte seleção: depois de buscar pela imagem, clique em ferramentas/direitos de uso/licenças Creative Commons. As imagens ali listadas são gratuitas, e algumas indicam que o autor deve ser creditado – preste atenção. Veja aqui o exemplo: buscamos fotos de samambaias com essa licença.

Porém, entrar no Google, Pinterest, Flickr ou qualquer outro site que forneça imagens ou vídeos, baixar sem licença livre e usar, mesmo dando o crédito a quem fez, não pode. Diferente do texto, não basta dar o crédito; há muitos fotógrafos e ilustradores que vendem seus trabalhos no Pinterest, por exemplo, e para publicar aquela imagem no seu Instagram, você teria que comprar o direito antes, contatando o autor.

A verdade é que a fiscalização disso tudo é muito complexa e, ao encontrar seu trabalho publicado sem autorização, o autor pode sim entrar com processo, que vai ser trabalhoso e custoso. Fica, então, o recado moral: não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você.

 

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